Capela Sistina reunirá 135 cardeais eleitores em votação secreta; nomes cotados representam ampla diversidade geográfica e teológica.
O Vaticano anunciou nesta segunda-feira (28/4) que o conclave para eleger o novo papa terá início no dia 7 de maio. A tradicional votação entre cardeais da Igreja Católica será realizada a portas fechadas na Capela Sistina, com a participação de 135 cardeais eleitores.
A escolha do novo pontífice ocorre após a morte do papa Francisco, em 21 de abril, aos 88 anos. O funeral aconteceu no último sábado (26), reunindo chefes de Estado, membros da realeza e milhares de fiéis na Praça de São Pedro, em Roma. Após a cerimônia, o corpo do pontífice foi levado à Basílica de Santa Maria Maior, onde foi sepultado. No domingo (27), as primeiras imagens do túmulo foram divulgadas, destacando uma rosa branca sobre a lápide de pedra.
Como funciona o conclave
O conclave tradicionalmente começa entre 15 e 20 dias após a morte de um papa. Na manhã de 7 de maio, os cardeais celebrarão uma missa solene na Basílica de São Pedro. Em seguida, os eleitores seguirão para a Capela Sistina, onde ficarão completamente isolados do mundo externo até que um novo papa seja escolhido.
Na primeira tarde, haverá uma única rodada de votação. A partir do segundo dia, os cardeais realizam quatro votações diárias (duas pela manhã e duas à tarde). Se não houver um resultado até o fim do segundo dia, o terceiro será reservado à oração e contemplação, sem votações.
Para ser eleito, o novo papa precisa obter dois terços dos votos. Cada cardeal escreve seu voto sob a frase latina “Eligio in Summum Pontificem” (“Eu elejo como Sumo Pontífice”), devendo evitar sua caligrafia usual para garantir sigilo.
Sinal de fumaça
Duas vezes ao dia, as cédulas são queimadas e o público pode acompanhar os sinais de fumaça que saem da chaminé da Capela Sistina:
Fumaça preta: nenhuma decisão.
Fumaça branca: um novo papa foi eleito.
Cenário inédito e expectativa global
Este conclave será o primeiro conduzido majoritariamente por cardeais nomeados por Francisco — cerca de 80% dos eleitores. Pela primeira vez na história, menos da metade dos cardeais votantes são europeus, refletindo uma Igreja mais global e diversa. O Brasil, por exemplo, conta com sete cardeais eleitores.
Apesar disso, as nomeações feitas por Francisco incluem perfis tanto progressistas quanto tradicionalistas, tornando mais difícil prever o desfecho da votação.
Quem são os nomes mais citados
Entre os principais cotados para suceder Francisco, aparecem cardeais de diferentes continentes e visões teológicas:
Angelo Scola (Itália, 83 anos)
Fridolin Ambongo Besungu (Rep. Democrática do Congo, 65 anos)
Luis Antonio Gokim Tagle (Filipinas, 67 anos)
Peter Erdo (Hungria, 72 anos)
Peter Kodwo Appiah Turkson (Gana, 76 anos)
Pietro Parolin (Itália, 70 anos)
Pierbattista Pizzaballa (Itália, 60 anos)
Marc Ouellet (Canadá, 80 anos)
Michael Czerny (Canadá, 78 anos)
Reinhard Marx (Alemanha, 71 anos)
Robert Prevost (EUA, 69 anos)
Robert Sarah (Guiné, 79 anos)
Outros nomes ainda podem ganhar força nos dias que antecedem e durante o próprio conclave, conforme os cardeais debatem o legado de Francisco e os caminhos desejados para o futuro da Igreja Católica.
Com informações da BBC.